quarta-feira, 18 de maio de 2016

Rainha dos Confessores da Fé

Regina Confessorum, ora pro nobis.


inclinavam-se profundamente diante daquele que estava no trono... e depunham suas coroas diante do trono (Apocalipse, 4)




"A palavra "confessor", na Igreja, quer dizer mais do que aquele que recebe a confissão dos pecados alheios. É também aquele que diz alto, que diz publicamente, não só as próprias faltas, mas as maravilhas da graça divina que o libertou de seus pecados, escravidões, vícios e impertinências", diz o Padre Paschoal Rangel.

Santo Agostinho, que escreveu um lindíssimo livro com o título de "Confissões", fez questão de dizer: "A "confissão" não se refere apenas à declaração das faltas; mas também à proclamação dos louvores. Há uma "confissão proclamação" dos louvores" (1). Assim, o livro das "Confissões", para certo desgosto do leitor moderno, que talvez preferisse uma narrativa mais picante e seguida dos acontecimentos, está todo intercalado de elevações religiosas, pedidos de perdão, ação de graças, louvação ao Senhor.É no sentido de Agostinho, de homens que, por suas palavras e ações, louvam constantemente a Deus, com todo amor possível, que a Igreja chama aos santos de "confessores". Mesmo os "mártires" poderiam, assim, chamar-se "confessores". Só que a "confissão" do martírio é tão especial que se reserva o título de "confessor" para aqueles que deram um testemunho de amor grande, sem ter, entretanto, derramado o sangue por Cristo. Na liturgia, confessores são sempre homens. Nas mulheres, a Igreja prefere salientar outras qualidades, e as chama de "virgens", ou "mártires", ou "santas mulheres", ou "religiosas".Desses homens santos, a Santíssima Virgem é considerada também "Rainha". Não apenas porque, nela, eles se inspiraram ou se inspiram para a "confissão" de amor e ação de graças, louvor e testemunho, mas também porque podem contar com sua proteção e presença continuada. É um fato histórico impressionante, a longa, interminável procissão de santos que procuraram em Maria seu modelo e segurança. Ordens e Ordens religiosas nasceram do culto e inspiração mariana: os agostinianos, os carmelitas, os servitas, os cistercenses, os premonstratenses, os olivetanos, os frades pregadores, em cujas tradições mais ou menos comprovadas consta que receberam das mãos de Maria o hábito religioso com que deveriam vestir...E a gente encheria páginas e páginas, dezenas certamente, só com os nomes dos santos, fervorosos devotos de Maria. Mas o sentimento de todos ou quase todos se resumiria bem com estas palavras de São Bernardo: "Com todas as fibras do coração, com todos os sentimentos de nossas entranhas, com todo o nosso ardor, veneremos a Maria, pois esta é a vontade daquele que quer que tenhamos tudo por Maria" (1). (RANGEL, 1991)









Notas:

(1) Sermão do Aqueduto



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